Vergonha alheia
Este fim de semana aconteceram-me duas coisas que não aconteciam à bastante tempo: cair em frente a pessoas e sentir vergonha alheia (sim, alheia não foi vergonha de mim própria!). Tudo isto aconteceu ao mesmo tempo.
Então, no sábado fomos jantar a casa de familiares onde estava também a namorada de um deles.
Aparentemente não havia cadeiras/bancos para todos, pelo que me sentei num banco de plástico. Eu não me importo nada com isto porque fui eu que me sentei lá.
A meio da refeição arrasto o banco para trás e baixo-me para baixo para apanhar algo que deixei cair ao chão. Aparentemente, o banco desequilibrou-se e e eu cai para trás. Sorte ou não, eu tinha uma parede atrás de mim e bati só com o cotovelo. Foi uma sorte não ter ido de cabeça tal era o balanço que levava.
Quando me dei conta fiquei sem reacção. "Acordei" com a pessoa mais próxima de mim (adulto) a rir-se à gargalhada como se não houvesse amanhã. Aquelas risadas que fazem eco na nossa cabeça e prolongam-se por muito tempo.
E eu só pensava: "Que vergonha. Está aqui a namorada do B. e esta só se ri". Senti vergonha por aquela pessoa se estar a rir daquela forma em frente a uma desconhecida. É que nem sequer senti vergonha por ter caído. É a chamada vergonha alheia. Não é vergonha por nós mas pelos outros.
Ainda bem que tenho pessoas mesmo adultas que rapidamente me foram ajudar e perguntar se estava tudo bem.
Fisicamente, fiquei com uma dorzita no cotovelo e umas nódoas negras. Mentalmente, apetece-me odiar aquela pessoa e nunca mais lhe falar. mas não posso, porque é família.