O período também muda
Comecei a ouvir o podcast da Michelle Obama. Apesar de ter uma forma política de falar, não é um podcast político; tem vários temas e convidados.
A última convidada era uma amiga ginecologista e falavam do momento em que as mães têm a conversa sobre o período com as filhas. A Michelle dizia que a mãe lhe tinha dado uma caixa para abrir no momento certo.
Ouvir isto fez-me lembrar uma situação que ocorreu cá em casa.
Convidei a minha irmã, marido e sobrinhos para virem cá jantar.
A minha sobrinha sujou a cadeira de sangue. Coisas que acontecem que eu já há muito tempo deixei de dar importância. Limpei logo a cadeira com uma toalhita húmida e ficou como nova. Depois fui ajudar a minha sobrinha na casa de banho.
Oiço a minha irmã dizer o seguinte:
"Ela tem tanto fluxo".
Naquele momento fui transportada no tempo, onde ouvi a mesma coisa da minha mãe. Bem, parece que há coisas que nunca mudam e que ter muito fluxo "é algo anormal". Pela entoação das palavras, aquilo parecia que era um bicho de sete cabeças e que não havia solução.
Também eu passei por isto e também tive os meus descuidos; os meus primeiros dias com o período eram dias de terror para mim.
O que me chocou no meio daquilo tudo foi saber que "não havia nada a fazer".
Claro que há muito mais a fazer. Pode-se conversar, pode-se apresentar outras formas protecção ser sem só pensos. E nisto percebi, que a conversa não existiu e que a existir foi exactamente a mesma conversa de anos atrás.
As coisas mudam e as pessoas também têm que evoluir. O mundo não é uma coisa estanque, portanto o período também não é.