Comecei a ouvir o podcast da Michelle Obama. Apesar de ter uma forma política de falar, não é um podcast político; tem vários temas e convidados.
A última convidada era uma amiga ginecologista e falavam do momento em que as mães têm a conversa sobre o período com as filhas. A Michelle dizia que a mãe lhe tinha dado uma caixa para abrir no momento certo.
Ouvir isto fez-me lembrar uma situação que ocorreu cá em casa.
Convidei a minha irmã, marido e sobrinhos para virem cá jantar.
A minha sobrinha sujou a cadeira de sangue. Coisas que acontecem que eu já há muito tempo deixei de dar importância. Limpei logo a cadeira com uma toalhita húmida e ficou como nova. Depois fui ajudar a minha sobrinha na casa de banho.
Oiço a minha irmã dizer o seguinte:
"Ela tem tanto fluxo".
Naquele momento fui transportada no tempo, onde ouvi a mesma coisa da minha mãe. Bem, parece que há coisas que nunca mudam e que ter muito fluxo "é algo anormal". Pela entoação das palavras, aquilo parecia que era um bicho de sete cabeças e que não havia solução.
Também eu passei por isto e também tive os meus descuidos; os meus primeiros dias com o período eram dias de terror para mim.
O que me chocou no meio daquilo tudo foi saber que "não havia nada a fazer".
Claro que há muito mais a fazer. Pode-se conversar, pode-se apresentar outras formas protecção ser sem só pensos. E nisto percebi, que a conversa não existiu e que a existir foi exactamente a mesma conversa de anos atrás.
As coisas mudam e as pessoas também têm que evoluir. O mundo não é uma coisa estanque, portanto o período também não é.
Aquelas pessoas que pedem a opinião depois de já terem tomado a decisão ou feito as coisas são tão irritantes. Estão à espera de quê, que lhe segure a mãozinha?
Estávamos todos nos almoço quando uma colega me chamou com as seguintes perguntas:
- Quanto tempo de antecedência puseste no convite?
- Um mês
- Chegou?
- Sim. O espaço só precisava do número de pessoas uma semana antes portanto estávamos tranquilos.
- Em pus cinco semanas. E que horas puseste no convite?
- A hora da cerimónia.
- Eu pus meia hora mais cedo. Já sei que os meus amigos chegam sempre atrasados
- Eu não critico ninguém porque já aconteceu chegar atrasada a um casamento
- Pois eu nunca cheguei atrasada a um casamento. Aliás, já cheguei adiantada .... bla... bla.. bla.....
Hoje tive o (des)prazer de ir almoçar só com homens. Ou seja, era eu e mais 5 homens.
Cheguei à conclusão que eles só têm três tópicos de conversa: futebol, gajas e sexo. E não conseguem mesmo evitar, mesmo estando numa conversa séria.
Ora vejamos:
Iniciaram a conversa a falar do Sporting, dois deles são ferrenhos e sócios do Sporting e, verdade seja dita, tem sido o tema da semana. Falaram e falaram e falaram. (Futebol)
A conversa foi interrompida porque um deles vê uma moça a passar de calções curtos (daqueles que se vêem as nádegas). A preocupação deles foi: "Coitadinha da moça, vai passar frio, ainda bem que não está vento". (Gajas)
Continuaram a falar do Sporting e eu desliguei da conversa.
Quando dei por isso estavam realmente numa conversa séria. Estavam a falar do Revolut. Parece que é um cartão de crédito que se pode utilizar no estrangeiro mas que não se paga taxas. Em linguagem normal, é esta descrição. Em linguagem de homens foi esta a descrição que recebi: "Pagas na mesma, mas é menos. É mais macio. O lubrificante é outro". (Sexo)
E continuam a conversa do Futebol mas desta vez o tema rodava à volta do jogo Brasil-Costa Rica. Desligo outra vez.
Acordo para a vida, quando alguém diz: "Coitadinha da Cat.. Veio almoçar connosco e nós só falamos disto"
Eu espondi que não me importei. Até porque ia fazer uma viagem grande e precisava de tema de conversa. Mas, falando a verdade, já não me lembro do que eles disseram.
Depois, começamos a falar de trabalho e de projectos. Um deles dizia que conhecia pessoa X da empresa X. E eu respondo:
"Epah, tu conheces muita gente"
"Estás a ver estes cabelos brancos?"
"É só charme" - respondo eu
"Não, é experiência. Sabes, é que eu já F*** muitos projectos com muita gente". (Sexo)
Risota geral.
Depois começam a falar das férias de um colega que foi à Grécia. O tal colega estava a explicar que foi a Santorini e Mikonos mas alguém decidiu fazer a seguinte pergunta: "E foste a Lesbos?" (Sexo)
Eles bem podem tentar, mas não conseguem fugir à natureza deles.