“Eu quero ver quando forem os teus filhos”
Se são leitores deste blog, já devem ter percebido que me acontecem muitas coisas parvas. E as situações de hoje não são excepção:
Eu: o A. está a gritar há duas horas, já me dói a cabeça.
A mãe: Eu quero ver quando forem os teus filhos!
Eu: F&%$#&. A sério?
Ou noutra situação completamente diferente:
Eu: Não te deves meter quando a mãe está a ralhar com o F.
A avó: Eu quero ver quando forem os teus filhos!
Eu: F&%$#&. A sério?
Eu abomino esta frase. Primeiro porque não disse aquilo por mal e segundo porque acham que os filhos que eu ainda não tenho vão servir de desculpa para os filhos dos outros se portarem mal.
Mas por outro lado, sinto-me bem quando me dizem esta frase. E porquê? Em primeiro lugar, é sinal que tenho razão. Quando me dizem isto é porque ficaram sem argumentos mas não querem admitir. Em segundo lugar, como eu tive razão as pessoas vêm queixar-se que o A. ou o F. fizeram asneiras e já não sabem o que fazer. Mas mesmo assim existem problemas. A minha opinião não é a mesma que a delas, e passo a ser a má da fita.
Como eu já não estou para isto e, pelos vistos, a minha opinião vale tanto como um tostão furado decidi adoptar a atitude dos clichés.
A mãe: o A. está insuportável. Está sempre a gritar.
Eu: isto está muito complicado. Este país pah… isto está muito complicado.
A mãe: Pois, pois… isso é bem verdade.
Ou então:
A Avó: o F. faz o que quer e o que lhe bem apetece. Não consigo controlá-lo.
Eu: a vida está muito cara. Eu fui ao supermercado, trouxe meia dúzia de coisas e gastei um dinheirão.
A Avó: Pois, pois… isso é bem verdade.
Resulta. Eu não me chateio e os meus filhos já não vão nascer com a função de servirem de desculpas para os outros.