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Deu-me para isto

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As pessoas têm que se convencer

De que quando chegam a velhas e não têm saúde, têm que estar perto dos filhos. Eu digo filhos mas pode ser apenas pessoas que podem cuidar delas.

Este fim-de-semana vivi de perto uma situação semelhante a esta: uma senhora idosa que já não pode ficar sozinha.

Um dos filhos ainda vive com ela mas tirou uns dias de férias e foi para fora. Gerou-se logo a confusão para ver quem podia ir dormir lá a casa. Como estamos em altura de férias escolares, duas netas dispuseram-se a ficar com ela.

No entanto, isto é só uma solução temporária.

O filho daqui a uns meses vai-se mudar para a casa dele e é preciso resolver a situação. Os filhos não podem deixar o trabalho e os netos também não podem deixar a escola só para tomarem conta da senhora.

Ir dormir à vez a casa da senhora também não pode ser solução porque tantos os filhos e os netos têm as suas rotinas. A casa da senhora fica desviada da cidade, numa daquelas aldeias que estão a ficar desertas.

Pagar a uma enfermeira ou a um lar também não é solução porque nem todos os filhos têm condições para pagar. E todos sabemos que sai muito caro.

A solução seria a senhora ir para casa dos filhos nem que fosse um mês a cada um.  

Mas porque é que ainda existe a discussão?

Porque a senhora não quer sair de casa dela. É daquelas velhotas casmurras que não quer, por nada deste mundo, sair de casa dela. E estou a falar de uma casa que não tem condições nenhumas: as janelas estão mal vedadas e entra frio por todo o lado. “Só saio quando morrer”, diz ela.

Esta situação já estou eu a prever que aconteça. Um dia vão dar com ela já morta.

Este texto não é uma crítica a estes filhos nem a estes netos. É uma crítica à senhora: o custo da teimosia dela é a própria vida. Valerá a pena?

5 comentários

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    Anónimo 29.01.2020

    E não alteraram os seus pais toda a sua vida para cuidarem de si? Para a criarem? Desculpem o comentário.
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    Psicogata 30.01.2020

    Sim, como eu altero a minha vida para tomar conta da minha filha, mas eu escolhi ter filhos, como os meus pais escolheram, há toda uma preparação para os receber.
    Os filhos, especialmente em Portugal com os ordenados que têm e quando têm os seus filhos, não podem deixar de trabalhar para tomar conta dos pais, antes fosse possível.
    Conheço vários casos que os filhos não têm condições para receber os pais em casa e não conseguem suportar os custos de um lar e conheço filhos que se oferecem para receber os pais em casa e estes recusam, teimam em ficar na casa deles, sozinhos, muitas vezes sem condições.
    Um filho quando nasce não exige aos pais que se mudem, que deixem de trabalhar, os pais é que se adaptam para conseguirem lhe dar o melhor, não são vítimas de exigências.
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    Anónimo 02.09.2020

    Concordo plenamente com o que diz, também eu estou a passar por um grande dilema, minha mãe tem 92 anos vive numa aldeia a + de 400 km de Lisboa, não quer quer ninguém a tomar conta dela, não quer ir para o lar, não quer ir par casa dos filhos mas os filhos é que têm o dever, segundo ela, de saírem de casa deles para irem para a aldeia tomar conta dela. Depois há muita gente que diz que os filhos abandonam os pais
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    Psicogata 14.09.2020

    Entendo perfeitamente, tive um caso de uma tia, que infelizmente já faleceu, assim, não queria estar em casa dos filhos, mas ao menos aceitava que estes pagassem para alguém tomar conta dela, mas cheguei a ouvir pessoas a dizer que os filhos a abandonaram, quando ela obrigou, e quando digo obrigou é no sentido literal, a filha a leva-la novamente para casa porque queria estar na casa dela.
    Estas situações são complicadas e delicadas, mas os filhos têm as suas vidas e não podem abandonar tudo pelos pais porque depois ficam eles em maus lençóis, como já conheci alguns casos em que um dos filhos fica a tomar conta dos pais e depois fica sem casa, sem emprego e sem perspectivas de futuro e o agradecimento dos irmãos e da sociedade é zero.
    Além disso só podemos ajudar até onde nos deixam, isso acontece comigo, a minha mãe recusa ajuda e ainda fica chateada se lhe falamos nisso e depois anda a queixar-se aos vizinhos, enfim.
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