A nossa sociedade está mesmo cheia de estereótipos. Esta semana encontrei-me com um deles: o facto da beleza estar associada à burrice.
Comecemos pelo principio: o meu trabalho está ligado à área das tecnologias de informação. É a minha área de formação e gosto muito. O feedback que recebo das pessoas é que sou boa profissional e que sou inteligente. Pode parecer falta de modéstia, mas eu concordo.
À cerca de dois anos comecei um projecto na área da beleza. Sim, eu sei que são áreas muito afastadas uma da outra. Mas gostos são gostos e não se discutem.
Nunca fiz qualquer publicidade no meu trabalho. Quis ver como corria e não queria impingir coisas às pessoas.
Esta semana um colega descobriu esse projecto e diz-me o seguinte:
"Então porque é que não disseste nada?"
"Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa" - respondo eu. Eu quero manter as duas áreas separadas. Trabalho é trabalho e conhaque é conhaque.
"Mas na beleza? Com tanta coisa que anda por aí...."
No tom em que disse o comentário, pareceu-me que para além de não ser uma área de jeito, não é para pessoas como eu. Foi a mesma pessoa que à duas semanas me tinha dito que eu tinha um conhecimento muito sólido no que fazia no trabalho.
Eu gosto desta área da beleza. Mas considero um hobbie; faz-me relaxar e descontrair, e acima de tudo divirto-me. Gosto que não tenha nada a ver com o que faço diariamente.
Não é que não goste do meu trabalho, muito pelo contrário, gosto muito. Mas é uma obrigação; é algo que tenho de fazer para pagar as contas.
O que eu não percebo é este estereotipo que a beleza não pode estar ligada à inteligência. É preciso dar exemplos que quantas mulheres bonitas tiveram sucesso nos negócios? É que se sim, acho que o Sapito não deve ter espaço para isso
Como sabem e já foi falado aqui no bairro do SAPO, a Anatomia de Grey com todas as suas temporadas está a ser reposta na Fox Life.
Confesso que não acompanhei a série desde o inicio; comecei a vê-la pouco antes do acidente de avião. Agora estou a rever e algumas coisas passaram a fazer muito mais sentido para mim.
Mas, por outro lado, se a série estreasse aos dias de hoje eu não a via. Talvez por estar mais adulta e não ter paciência para certas "personagens".
Ora, vejamos:
- A Meredith Grey é uma inconsequente. Quer salvar as pessoas não interessa os meios. Não pensa nas consequências que têm para ela e principalmente para os outros
- A Cristina Yang é uma egoísta. A Cardiologia é o topo do mundo e nada mais interessa
- O Karev é um idiota e está sempre a safar-se por entre as gotas da chuva
- A Kepner tem muita fé no seu Deus mas quando as coisas lhe correm mal perde logo a fé toda que tinha
Quando a série estreou tinha 18 anos e uma outra mentalidade. Hoje considero-me mais adulta, mais matura e mais experiente. Já não tenho paciência para esta série.