Parece uma pergunta extremista mas, ao mesmo tempo, muito válida.
Pensem no seguinte cenário:
A colega E. estava a comer daquelas bolachas de milho que parecem pipocas mas que sabem a papel. Colega D. está a comer uma mixórdia com iogurte, manteiga de amendoim e frutos secos. Eu fui buscar uma empada porque me estava a apetecer à dois dias. A colega I. esta a comer uma barra de cereais que, dizia ela, estava cheia de açúcar.
Tivemos a seguinte conversa:
I. : Ai, vocês são muito saudáveis a comer...
E. : Então, tem que ser. Se não for assim, começo a crescer para os lados.
Esta colega só come coisas saudáveis e faz crossfit três vezes por semana. É uma pessoa que tem 1,60 mt e pesa 52 Kg.
Eu pus-me a pensar.
Eu sou uma pessoa sortuda nestas coisas do comer. O meu metabolismo vai processando tudo e deita fora algumas coisas. Digamos que não acumulo muito no meu corpo. Admito, que sou uma pessoa sortuda. Tenho 1,64mt e 59 kg, não sei se é bom ou mau. Tento ir ao ginásio, pelo menos, uma vez por semana.
Mas fiquei a pensar nesta colega que anda a saladas, frutas, snacks saudáveis, coisas da Prozis, para quê? Ser fit? E onde está a felicidade no meio de isto tudo? Da maneira que falou pareceu-me mais uma obrigação do que um prazer.
Pessoas que tenham restrições alimentares digam-me: é uma obrigação ou um prazer?
Ontem, decidi que iria ao ginásio. Iria experimentar uma aula semelhante a Crossfit.
Eu estou a 10 min do meu ginásio mas apanhei muito trânsito, demorei o dobro do tempo a lá chegar.
Saí do carro e tirei a minha mala e a mochila e fui para o ginásio. Quando cheguei aos cacifos, não tinha a mochila certa; tinha trazido a mochila do computador em vez da mochila do ginásio.
Tive que voltar ao estacionamento, trocar a mochila e voltar para o ginásio. Entre isto, trocar de roupa e encher a garrafa de água perdi os primeiros cinco minutos da aula, que é o aquecimento.
Nos seguintes cinco minutos arrependi-me de ter ido à aula; é demasiado violenta para mim e tem competição à mistura; o que eu não gosto.
Devia ter respeitado os sinais que a vida me estava a dar: o trânsito e a troca da mochila. Estava tudo a dizer-me para não ir.
No outro dia estava a ver um vídeo de uma youtuber que estava a mostrar uma camisa de ganga e diz o seguinte:
"Eu nunca passo a minha roupa a ferro"
A tal camisa estava cheia de vincos e a youtuber vestiu-a para mostrar como fica.
Na altura fiquei indignada; uma coisa é não passar a roupa de algodão que geralmente fica direitinha. Outra coisa é admitir que não o faz, vestir algo todo amassado e cheio de vincos e torná-lo público.