Eu gosto muito da minha amiga Q. mas cada vez que organizamos um jantar, existe sempre um tema em comum: ela a queixar-se do trabalho.
No trabalho antigo queixava-se do horário. Teve a oportunidade de mudar e mudou-se mas continua a trabalhar numa loja de centro comercial. É óbvio que não iria ter um horário das 9h às 18h, mas continua a queixar-se do horário.
Passou a responsável de loja. Queixa-se do horário e das tarefas adicionais que tem de fazer. Queixa-se que tem que definir horários e férias e mais não sei o quê. “Eu nunca pedi este cargo” é o argumento dela.
A Q. gosta muito de cumprir o código do trabalho. Se a lei diz X, ela faz X; se a lei diz que não se pode fazer Y, a Q. não faz Y. E pior de isto tudo, a Q. acha que se cumprir a lei, a empresa dela vai cumprir com ela. (NOT!)
Por exemplo, quando temos férias marcadas antes de fazermos 6 meses de casa. Se falarmos e explicarmos esta situação, é óbvio que as empresas nos vão deixar ir de férias. Mas para a Q. não; decidiu não ter férias no Verão “porque só posso ter férias ao fim de 6 meses”.
Na minha opinião, isto está completamente errado. Tudo se resolve falando e fazendo cedências parte a parte.
Já estou a ficar farta de a ouvir a queixar-se. Todos temos problemas no trabalho mas não nos queixamos.
Nestes jantares, são poucas as vezes que falo do trabalho a não ser para contar as peripécias. Isto sim deve ser contado para nos rirmos um bocadinho.
Ontem fomos ver o Espectáculo de Luzes de Lisboa. Como qualquer tuga decidimos ir no último dia. Bom, isto é uma meia verdade.
Já tínhamos decidido ir ver o espectáculo; tornou-se uma espécie de tradição de natal. Mas pensávamos que ia durar mais tempo. Não fosse uma amiga dizer-nos que o último dia era ontem e não tínhamos visto nada. Portanto, lá fomos até ao Terreiro do Paço.
Foi uma aventura para lá chegar. Demorámos 40 minutos para fazer 17 km de carro; 20 dos quais a fazer a Avenida da República. Nós já sabíamos que não íamos chegar ao Terreiro do Paço de carro mas não estávamos a contar com tanto trânsito. Lisboa está um caos nesta altura.
Acabámos por estacionar numa das ruas transversais da Avenida da Liberdade e fomos o resto a pé. Foi o melhor que fizemos. Chegámos lá na mesma e como não estava muito frio tornou-se num bom passeio. A cidade estava cheia de luzes de Natal; eu adoro.
Atravessar a zona da baixa lisboeta também não foi muito fácil. Claro que há sempre muita gente na rua nesta altura mas com tantas feiras que foram organizadas, Lisboa estava a transbordar de pessoas.
Chegámos quando faltavam 3 minutos para o espectáculo começar. Ainda chegámos a tempo. Tinha-se passado 1h30 desde que saímos de casa.
O espectáculo deste ano chamava-se “As portas encantadas” e eu gostei, particularmente, da porta que tinha o Pac-man. É um dos jogos da minha infância.
Confesso que achei os espetáculos dos anos anteriores melhores. Havia sempre uma história a ser contada do início ao fim. Este ano havia várias histórias: uma por cada porta.
Não tenho fotografias porque sou daquelas pessoas que gostam de apreciar um espectáculo. Não sou nenhuma repórter para estar de telemóvel ou tablet na mão.
Ora, estávamos nós a tomar café depois de almoço quando eu me lembrei que precisava de um bocadinho de velcro. O meu homem lembrou-se que havia uma loja dos chineses ali ao lado.
Mas eu não gosto muito de ir a lojas dos chineses. E porquê?
1º - Não falam português correctamente (nem o mínimo dos mínimos). Isto a mim chateia-me muito. Para mim, quem atende ao público tem que falar português. Cada vez que peço informações sobre um produto a um chinês, este olha para o outro. E lá tenho eu que repetir o que disse para ter informações
2º Andam sempre a perseguir-me porque me tomam por ladra. Já me deu ideias de perguntar ao chinês “Precisa de ajuda? Eu não sou funcionária da loja”
Mas para o que era, servia bem.
Depois de muita procura, a minha mãe foi perguntar onde estava. Enquanto ela perguntou, nós achámos o velcro. E aqui é que começam os meus nervos.
O raio do chinês deu-me um encontrão valente para tirar o velcro da prateleira e mostrar à minha mãe. O encontrão foi tão grande que bati no meu namorado.
A minha primeira reacção foi pôr o meu braço em posição para lhe dar com a minha mala. Eu sei que não se deve partir para a violência mas o raio do chinês nem desculpas me pediu.
Quando vim a mim e percebi que não devia partir para a violência, já era tarde demais. Chamar a atenção já não ia ter o mesmo efeito.
Saí dali com o que queria mas com a promessa de nunca mais voltar.
Tia: Tu estás muito bem mas estás um bocadinho mais gorda desde a última vez que te vi. Mas estás muito bem!
Eu: Sim, eu sei.
Eu sei que estou mais gordita mas estou dentro do peso saudável. Lutei durante muitos anos para conseguir aumentar de peso. Era a chamada "trinca-espinhas" ou "Olivia Palito".
Hoje, não tenho problemas com o meu peso. Preocupo-me só em fazer exercício duas vezes por semana para ficar tonificada.
A mulher quer-se com curvas e não com ossos a sair da pele.