Dinheiro ….
Eu devo ser das poucas pessoas do mundo civilizado que menos se interessa pelo dinheiro.
Eu sei que é um pouco contraditório ao que disse num dos posts mas é o que sinto. Atenção que também não me deu nenhuma epifania e vou andar a distribuir o meu ordenado.
Eu passo a explicar:
- Não dou dinheiro às pessoas como prenda
Se forem crianças, pergunto aos pais o que eles gostam/precisam e compro. Se forem adultos, penso no estilo e nos gostos e compro de acordo. Peço também talão oferta no caso de ser preciso trocar. E porque faço isto? Porque não gosto que me dêem dinheiro, isto só significa que a pessoa não se quis dar ao trabalho de procurar uma prenda.
- Não valorizo as coisas pelo valor monetário
Isto vem um pouco em consequência do ponto anterior. Este pode ser explicado através de uma conversa que tive:
Prima: Então o que deste ao teu homem no Natal?
Eu: um telefone antigo
Prima: Um telefone antigo? Só isso? O meu deu-me um tratamento capilar; nem imaginas o quanto custa.
Eu: Sim, provavelmente foi mais barato que o teu tratamento mas eu sabia que ele ia gostar.
A verdade é que ele adorou e não estava mesmo à espera.
(esta história devia ser ao contrário, não era?! Mas vocês perceberam a ideia)
- Considero-me uma boa gestora do meu dinheiro
Nunca comprei nada a prestações, a não ser a casa. E só porque é muito difícil juntar tanto dinheiro em pouco tempo.
Comprei o carro quando consegui juntar dinheiro suficiente para ele. Até, então, andava com um carro emprestado. E punha combustível do meu bolso e pagava inspecção, selo e manutenção porque era eu que andava com ele.
- Não me chateio por causa de dinheiro
Não ando atrás das pessoas que me devem dinheiro. Acho que as pessoas têm que ser íntegras o suficiente para saberem as dívidas tem que ser pagas.
Na hora de repartir heranças, já disse que “façam o que vocês quiserem, até podem ficar com o dinheiro”. Eu conto com o que tenho no presente, não conto com o que poderei vir a ter. Se vier sem chatices é um bónus, senão também não faz falta. Nunca vi esta coisa do “Eu tenho direito a…” acabar bem.
Prefiro estar bem com as pessoas do que estar bem com o dinheiro. Este acaba-se mais depressa.
- Quando a esmola é grande, o pobre desconfia
Quantas vezes já assisti, a súbitas preocupações por certas pessoas e vai-se a ver no final e era tudo interesse. Pelo quê? Pelo dinheiro.
- “Eu compro e depois dás-me o dinheiro”
Perdi a conta às vezes que já fiz isto. Quando não tenho a certeza do preço, prefiro comprar à minha custa e depois apresento a factura.
A mim, parece-me o que deve ser feito.
E, apesar de tudo isto, continuo a ser a má da fita. Ser correcto e bom, não compensa neste mundo.